ReVeRsO


Deslizando o meu corpo sobre o teu, na ternura dos lencóis, encontro um refúgio aos nossos humores, às nossas palavras que saem das nossas bocas. Palavras? Âlgumas promessas, alguns "se devo" para que a minha pressa de amar pare por um bocado.

Eu sou um rapaz de boas maneiras, e tal como a ética obriga, entrego a minha garganta às garras do fumo que me ofereces. Tento brincar, deambular na tangente do precipício onde a minha paciência integra o teu coração seco e frio. Quero fogo, quero falsidade, quero atitudes para construir a minha bela solidão... Vês? Estou a habituar-me a essas sombras que escurecem a minha alma e... Puxo as cortinas do meu castanho avelã, onde vou coser o teu olhar ao reverso para inserir um sorriso na minha face que esticará as minhas rugas no canto das minhas pálpebras no momento em que te deixo aterrar no meu universo. Porque é quando fecho os olhos que te vejo melhor ao reverso...

Pus um véu no tempo, para pôr dentro de duas ou três páginas um momento nosso, onde posso molhar a minha cara de alegria e de profunda extasia. Algum vento, algumas despedidas, eu sempre me precepitei devido ao meu prematurismo constante. Eu ia do "nós" ao "vós" ao "tu". Sente o açucar a derreter o meu sonho.

Eu estico o meu "comboio fantasma" até o rio do meu ser, porque sei que corres no meu mundo, corres nas minhas veias, mas sei que se abrir os meus olhos e tu estiveres ao meu lado isto significará a minha morte..

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