Hipocondríaco ou atrofiado????

Pelo que dizem sou um hipocondríaco, faço de tudo uma doença. Eu sou um micróbio num ninho de bactérias e eu sozinho consigo construir-me um império de epidemias.
Doente por um nada encho-me de angústias molhadinhas no desespero e que me deixa petrificado por toda a humanidade.
Doente como um cão rafeiro transporto o Homem numa célula de gripe existencial que torna o seu coração frio e provocar na sua alma uma constante guerra nupcializada no ódio.

Fraco demais para me distanciar do fogo, tremo só na ideia de ser um Homem e de ser como eles. Por isso escolhi lutar no fundo do meu colchão com o medo da raiva ser uma doença. Como a peste negra eu fujo dela e tentarei fazer menos estrondo, menos remorsos, menos mal a fazer-me de morto.

Eu sofro o mártir de todo o mal que nos rodeia....e de quem é a culpa?
Sofremos o mártir por todo o mal que provocamos e por isso dói-me pelos outros. Sim sofro de uma enorme empatia porque destrói-me ver o ser Humano feliz na sua miséria como animal. Dói-me aqui! Dói-me além.... tive a minha recompensa no horror, sinto-me mal na minha pele e mal no coração....
Médico, médico, médico?!... preciso de ajuda!
Sinto-me num lugar errado e estou farto desta vida, farto do meu "eu" constantemente triturado na agonia.
Por favor não me levam para o departamento psiquiátrico...
Ando lentamente sem direcção definida na linha da minha mão. Assim posso usufruir da ausência de "gente" que poderiam relembrar que vivo aqui convosco.
Vejo o tempo a deslizar e fico como bêbado na minha solidão amarga no meio da vida... no meio dessa multidão cínica, inútil, feiosa....
Espero, Espero que me abram às portas;
espero, congelado num mundo irrequieto...
As nuvens choram de não poder olhar para trás e eu estou petrificado só na ideia de ter medo e de não poder fugir desse mundo chamado Terra. Olho para o meu relógio e observo a agulha do tempo agitar-se loucamente no infinito do espaço e do vento que me torna louco. Nessa noite mais nada me resta do que uma migalha de esperança no seio da minha mão e penso que a culpa de o meu infamo mau estar é derivada a esses néons azuis que me iluminaram tempo demasiado e que conseguiram pôr-me cego...
Chega de estratificações! chega de rótulos para diferenciar os Homens eles são todos iguais, não me venham dizer que há hetero, bis, homossexuais, basofes, dreads, betos, yuppies, EMOs, freak, pitas.... O homem quer sempre se diferenciar mas se ele for comprar um espelho (dos chineses que são mais barato) poderá constatar que ele é igual... A cor pode mudar mas a sua Anatomia não muda, não se transforma... HOMEM = HIPÓCRITA...

Agora fujo, mas... Espero que um dia alguém me acende a luz... Espero que um dia as minhas ideias e razões esclarecem o meu "ser" que está sempre a ser atrofiado e aspirado pelo além...

3 comentários:

crisanamar disse...

"Não tenho mais palavras/ gastei-as todas a negar-te/ só a bnegar-te eu pude combater/ o terror de te ver em toda a parte"... poema de Eugénio de Andrade...e tu rapaz, qual eugénio de Andrade, qual Fernando Pessoa, qual Saramago, sim porque escreves sem pontuaÇão e tudo! Vais longe, acredita...gostei emenso!

Tita disse...

hipoconfriaco de ti mesmo...

Anónimo disse...

PERA LA EU AINDA NAO COMENTEI ESTE?
E AINDA POR CIMA EM PORTUGUES?
HIPOCONDRIACO OU ATROFIADO?
YAP ACHO QUE ES SO ATROFIADO, MAS TA SE BEM...
VA VE LÁ SE ESCREVES MAIS PQ ESTE BLOGUE AINDA TA MUITO POBREZITO...
AH E VE LA SE METES GAJAS NUAS SEMPRE DAO UM AR AINDA MAIS EROTICO A COISA...

AU REVOIR....


D & C